terça-feira, agosto 18, 2009


Sol e Lua

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Ouço o barulho da água caindo, molhando o telhado, e me sinto sozinha. Rompo a pequena distancia que me separa da janela a passos curtos. E olho para a imensidão do céu escuro. A escuridão esconde o brilho das estrelas e a lua brilha insegura entre o mar negro que é céu. Me lembro, embora não muito bem, de uma história que ouvi certa vez de que dois apaixonados, Sol e Lua, foram condenados a viverem separados por toda a eternidade e penso na injustiça que sofreram, condenados a uma vida solitária. A Lua sempre tão linda e imponente, de repente me parece frágil e triste, sozinha ali naquele céu escuro, sem nem mesmo o brilho das estrelas para lhe alegrar.
Compadeço-me dela e de repente percebo as semelhanças entre ela e alguém que conheço, muito, pouco. Dois seres que teimam em ser sozinhos, não por opção, embora vez ou outra ainda pudesse ter escolhido destino diferente. Essa pessoa, tão parecida com a Lua, de olhar entristecido e sorriso meio apagado, condenada a ser sozinha, teima em procurar o seu amado. Sabe-se lá se ele existe, ou se foi inventado. Não se sabe se está com vida ou morto estirado. Se anda pelo mundo ou se pelo mundo já lhe foi tirado. Rezo para que o encontre e lhe dê sentido a vida, pois a solidão não faz sentido, embora ainda ache que tampouco outra pessoa possa ser o sentido de uma vida. Mas pode trazer mais alegria. Rezo para que a traga.

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